Padronização de protocolos de cultivo de células tridimensional (3D) pela técnica de sobreposição líquida para a avaliação de citotoxicidade em linhagens de câncer de mama

Nome: MILENI FÁTIMA RODRIGUES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 31/03/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
RENATA DALMASCHIO DALTOÉ Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ISABELLA DOS SANTOS GUIMARÃES Examinador Externo
LETICIA BATISTA AZEVEDO RANGEL Examinador Interno
RENATA DALMASCHIO DALTOÉ Orientador

Resumo: Entre as mulheres, o câncer de mama é a neoplasia mais comum e a causa principal de morte por câncer. São tumores altamente heterogêneos, com múltiplos subgrupos, além de diferentes manifestações clínicas e padrões de resposta às terapias existentes. Tais comportamentos tumorais, bem como a resposta frente aos tratamentos, não são determinados exclusivamente por suas características intrínsecas, mas são influenciados pelo microambiente tumoral. O crescente interesse em desenvolver modelos de cultivo celular in vitro mais representativos do microambiente tumoral culminou no surgimento da cultura celular tridimensional (3D). Nesse contexto, o presente trabalho se propôs a padronizar protocolos de cultivo 3D, verificando aquele que melhor se adequa, em termos de aplicabilidade e efetividade, para a avaliação da citotoxicidade em linhagens de câncer de mama. Os protocolos utilizados se basearam na formação de esferoides pela técnica de sobreposição líquida, com gel de agarose recobrindo os poços de uma placa. Avaliou-se, ainda, a adição de membrana basal reconstituída (Geltrex®) na formação dos mesmos. Para MCF-7, esferoides foram obtidos de forma reprodutível em agarose 1,0% (m/v), tanto na ausência quanto na presença de Geltrex® (concentração de 1,5% (v/v)). No entanto, MDA-MB-231 não foi capaz de formar esferoides sem a adição da membrana basal, sendo as concentrações de agarose a 1,0% (m/v) e Geltrex® a 2,0% (v/v) as melhores condições para geração destes. Para ambas as linhagens, o momento em que a membrana basal é incorporada ao meio interfere diretamente no sucesso na formação das estruturas: apenas a adição de Geltrex® 24 horas após os plaqueamentos permitiu bons resultados. Ao avaliar a resposta das células cultivadas em monocamada (2D) e em 3D frente ao Paclitaxel por 72 horas, verificou-se que os esferoides são menos sensíveis aos tratamentos, obtendo IC50 estimadas de 7.054x10-6 M (MCF-7 sem Geltrex® ), 1.751x10-5 M (MCF-7 com Geltrex® ) e 5.053x10- 6 M (MDA-MB-231 com Geltrex® ), contra IC50 paras as células em 2D de 3.962x10-8 M (MCF-7) e 9.502x10-8 M (MDA-MB-231). Os resultados demonstram que a tridimensionalidade do modelo, que garante um maior contato célula-célula e que dificulta a difusão da droga, juntamente com a presença de componentes de matriz, influenciam a resposta das células ao taxano. Dessa forma, uma vez que MDA-MB- 231 formou esferoides exclusivamente na presença de Geltrex® , e que o mesmo mimetiza a membrana basal in vivo, escolheu-se o referido protocolo como o mais adequado para avaliação de citotoxicidade para MCF-7 e MDA-MB-231.

Palavras-chave: câncer de mama; microambiente tumoral; cultura tridimensional; esferoide; padronização.

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